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Chávez planeja sabotar o Acordo Guaymuras

31 octubre 2009

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Los representantes del Diálogo Guaymuras durante las reuniones.

Los representantes del Diálogo Guaymuras durante las reuniones.

Por: Alejandro Peña Esclusa

Escrevo estas linhas para advertir às instituições hondurenhas e à comunidade internacional que Hugo Chávez pretende sabotar o Acordo Guaymuras, alcançado em Tegucigalpa no passado 29 de outubro.

Chávez lamentou publicamente que – obrigado pelo acordo – Zelaya não possa convocar uma Assembléia Constituinte, e proferiu a frase “por agora”, que usa cada vez que pretende desconhecer a vontade popular.

Segundo o modus operandi, Chávez recorrerá a diversas opções para sabotar o acordo, que vão desde promover a violência, até a tentativa de suborno ou de ameaça aos deputados, para que – contra o estipulado pela Constituição – decidam restituir Zelaya ao poder.

Existem dois antecedentes imediatos que permitem predizer os próximos passos de Chávez em Honduras.

No passado 19 de outubro, as autoridades do partido Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), de El Salvador, acusaram José Luis Merino, da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), de subornar os deputados da ARENA para que abandonassem o partido. O objetivo da possível compra de consciências é mudar a correlação de forças no Congresso, o qual permitiria no futuro – embora muitos não se tenham dado conta ainda – modificar a Constituição e assegurar a reeleição do presidente Mauricio Funes. Merino aparece registrado nos computadores do falecido líder das FARC, Raúl Reyes, e é o principal operador de Chávez em El Salvador.

Na quarta-feira passada, o deputado Alejandro Ruiz Jirón, do partido Aliança Liberal Nicaragüense (ALN), sabotou a tentativa de anular a sentença ilegal da Sala Constitucional que permite a reeleição de Daniel Ortega. É importante ressaltar que um só deputado pôde bloquear uma iniciativa onde participaram quase todas as forças políticas do país. Suspeita-se de que Chávez teve a ver com a atitude do deputado Ruiz Jirón.

Como se pode ver, Chávez tem redes suficientes na América Central para tentar manipular as decisões do Congresso de Honduras. Entretanto, estou convencido de que Chávez não conseguirá dobrar a vontade dos hondurenhos, nem poderá influir sobre suas instituições; porém, é útil conhecer suas intenções para tomar medidas preventivas.

Aproveito a oportunidade para fazer um reconhecimento ao povo hondurenho por seu comportamento exemplar, por defender de maneira firme e valente a Constituição de seu país, e também para felicitar aos que participaram no Diálogo de Guaymuras, por ter conseguido um acordo democrático e constitucional que permite resolver a crise política e voltar à normalidade.

Tradução: Graça Salgueiro