As eleições bolivianas estão viciadas

Manfred Reyes Villa y Leopoldo Fernández, desde la celda donde este último permanece encarcelado desde septiembre del año pasado.
Bogotá, 6 de novembro – A União de Organizações Democráticas da América, UnoAmérica, emitiu hoje um comunicado condenando as medias judiciais tomadas contra o principal candidato de oposição, Manfred Reyes Villa, que incluem, entre outras, a proibição de saída do território boliviano.
A seguir, extratos do comunicado:
Estas medidas irregulares somam-se ao encarceramento do candidato a vice-presidente, Leopoldo Fernández, acusado injustamente – e sem condenação alguma – de ter orquestrado o massacre de Pando, cuja autoria recai sobre o governo de Evo Morales, como consta no informe apresentado por nossa organização ante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Desde há pelo menos seis meses, o governo boliviano levou a cabo uma campanha de perseguição contra a dissidência, responsabilizando-a por todo tipo de crimes. Entretanto, os fatos demonstraram que a culpabilidade de muitos desses delitos recai sobre o próprio governo, como é o caso do justiçamento de três jovens no Hotel Las Américas, acontecido em Santa Cruz, no passado 16 de abril.
Trata-se de uma estratégia de criminalização – desenhada em Cuba e desenvolvida na Venezuela – que obriga os opositores a dedicar seu tempo e seus recursos a se defender nos tribunais, enquanto que os candidatos oficialistas contam com todo o respaldo do Estado para fazer campanha livremente. A Leopoldo Fernández nem sequer lhe deram acesso à mídia para expressar suas opiniões e explicar suas propostas.
As eleições bolivianas se assemelham a uma luta de boxe, onde um dos contendores está atado nos pés e nas mãos e o outro está livre e, ademais, coloca chumbo nas luvas.
Por outro lado, existem sérias irregularidades no padrão eleitoral boliviano, semelhantes às do registro eleitoral venezuelano. Trata-se de um mesmo esquema – presente em todos os governos pertencentes à ALBA – para cometer fraude eleitoral e se perpetuar ilegalmente no poder, como fizeram Hugo Chávez, Rafael Correa e Daniel Ortega, e como pretendia fazer Manuel Zelaya.
UnoAmérica seguirá denunciando as violações à democracia na Bolívia e se solidarizará com qualquer esforço para estabelecer um sistema eleitoral livre e transparente. No momento, UnoAmérica considera que as eleições presidenciais de dezembro estão viciadas.
Tradução: Graça Salgueiro